Fugindo um pouco do tema de Natal, queria escrever sobre algo que eu li ontem num blog famosinho até, de um
pegador invicto,
não-quero-nada-com-ninguém.
O cara escreve sobre as coisas idiotas que as mulheres fazem, situações na qual nos colocamos e não deveríamos ter
sequer cogitado entrar, o quanto não percebemos alguns sinais claros de um cara sobre o que ele quer ou não quer, coisas absurdas que ocorrem com ele; e fala que a idéia de fazer o blog era de também mostrar que, quando o relacionamento não dá certo, a culpa não é só dos
homens malvados filhos-da-puta, como as mulheres com dor de cotovelo costumam pintar.
E existe mesmo uma mulherada sem noção que projeta a culpa de todas as mazelas do mundo nos homens, vendo-os como eternos vilões. Ok, concordo em gênero, número e grau que
não é bem por aí. O cara também deve ter a liberdade de escrever e defender a sua classe. Maaaaas, eu discordei bastante deste post do guri.
Ele começou a escrever sobre o quão inadequados e irritantes eram algumas coisas que nós, mulheres, fazemos. Tinha coisa ali realmente absurda, se não me engano, tipo falar "eu te amo" num segundo encontro - apesar de que dá pra relativizar isso, mas enfim, no geral é bem estranho e assutador, não tem como negar. Mas, de tudo que foi postado, era só isso que tinha de tãããããããão bizarro. O interessante de ter feito esta leitura foi justamente o gancho que fiz com uma conversa que tive com a Mainina outro dia.
O meu contraponto é o seguinte: o cara reclama que a gente faz algumas coisas
nonsense. Mas tem coisas que é
nonsense pra ele, vocês me entendem? E foi isso que ele postou, o que ELE pensava sobre o que era irritante pra ELE e pro grupo de amigos DELE, que pensam mais ou menos parecido com ELE.
E porque eu tô falando isso? Pra chegar nas seguintes perguntas: Quem nunca teve a certeza, ou pelo menos a impressão, de que fez tudo "certinho" com um
affair e, mesmo assim, as coisas não viraram? Ou mesmo quem aqui deu infinitas mancadas com uma pessoa, e mesmo assim deu certo ou a pessoa ficou no pé? Pois é, pois é...
As coisas irem pra frente num é tão simples assim, como seguir uma receitinha de bolo que você vai fazendo e fazendo e, no final, o bolo fica lindo e gostoso - e você
fisga o bofe que tanto queria.
Blá.
Uma exemplo: existe esse lance da complementaridade, coisa que é até meio rara de se ouvir comentar... daquilo que faz "dar certo", todo mundo sempre lembra da importência da
atração física, do momento em que as pessoas se encontraram e acabou rolando, do lance de serem parecidas e terem alguns gostos parecidos (ou não também, a idéia de
opostos se atraem, coisa que EU não creio, justamente pelo lance da complementaridade, mas enfim...), ou mesmo o
quem-não-tem-cão-caça-com-gato, entre outras infinitas variáveis.
A idéia do
complementar não é algo do tipinho quebra-cabeças, de pessoas que se encaixam perfeitamente, nah. É aquilo de ter determinadas "demandas" pessoais supridas pelo outro - e nem são toooodas as demandas, mas algumas bastante importantes naquele momento de vida da pessoa, a ponto de fazer ela querer ficar com o
ser x que preenche esta demanda, entendem?
Exemplificando: existem homens que querem mulheres para exercer o papel
mãe, colocando comidinha no prato, fazendo todas as vontades, ser mimados e blábláblá. E invariavelmente, existem mulheres que querem ser As
Cuidadoras, em tempo integral mesmo, não é simplesmente fazer um agrado para o seu
benzinho, hehehe, e sim ser o braço direito, o esquerdo, as pernas, a cabeça etc do cara. E no fim, tudo bem se os dois estão felizes com isso.
Por isso que eu vim aqui escrever: acho que o cara foi simplista em querer classificar o que é legal e o que não é, e as pessoas tomarem isso como universal.
Eu sinceramente
, from-the-botton-of-my-heart, acho ridículo gente que fala miguxês. Mas ah, tem casais que adoram este dialeto idiota. E eu vou fazer o quê? No máximo "vocês são irritantes", "
go away, GO AWAY", ou mesmo me afastar se eu num tiver intimidade pra dar uma aloprada em quem fala deste jeito. Mas aí é que está: tem gente que gosta. E tem gente que curte ou está disposta a conviver com trejeitos, características pessoais que não são tão tolinhas como falar em
língua de emo.
Acredito que o cara nem pensou em tudo isso que eu pensei, no que mais estava implicado. Ele deu a opinião dele e ponto final, quem quiser ficar de seu lado que o ature. O que eu fico puta de ver é o quanto este tipo de pensamento, o de classificar o que é melhor ou pior, toma uma dimensão absoluta. Tem quem seja
porra-louca, tem quem seja
todo certinho, tem quem seja
neurótico, tem quem seja
desencanado, tem quem seja
frio e distante, tem de tudo neste mundo... defeitos e qualidades todos temos, e a relação entre as pessoas é que vai mostrar até onde se pode ir.
Ah! O link do post: http://www.manualdocafajeste.com/2008/12/17/frases-e-situacoes-irritantes/#comments