A eterna criança. É esse o mito. Desta vez, o Peter foi adaptado. É a Peter. Moça. É a adolescente eterna. Voa, voa, voa, como o Peter Pan menino. Vive num mundo de ilusão, com piratas e amigos, muitos amigos. Ri e luta, e luta rindo, como o Peter Pan menino. As distinções são de gênero e idade.
Ela não perde a ingenuidade. Nossa heroína é essencialmente visionária: característica do ingênuo, do jovem. Ela não perde a graça e não deixa de valorizar um momento de lazer. E ela é quase emo. Adolescentes são emos. Ela é quase, porque ela não chora, e o Peter menino também não.
Voa, voa, voa, moça Peter Pan. Voa e imagina. Volta moça Peter Pan. Volta do teu vôo, cresce e age. E ela? Como toda boa adolescente, voa, imagina, vê, mas só depois... Depois cresce e age. Essa parte é para adultos. Depois quando? A moça Peter não adultece. Só adolesce. Cada vez num grau mais intenso de se adolescer. Entretanto, quer sonhar sonhos menos frívolos. Quer ter vôos menos divertidos e mais interessantes, e relevantes, que acrescentassem algo. A quem? Destinos certos são para adultos.
Ah, a moça Peter. Ela só adolesce. Até mesmo em seu querer. Eternamente, adolescendo e frivolizando. Cada vez sua superfície mais a representa. Então, ela entristece e não chora. A quem acha que só vê a pontinha de seu iceberg... Não há muito mais para se ver.
[Nanda não quer confete, só desabafar mesmo.]