30 de mar. de 2009

Do outro lado

Do outro lado há o beco escuro
E o medo dos que fogem da luz diária do viver
Na outra esquina há a lata, há o pó e a gasolina.
E o medo dos que olham e para não ver
O olhar de cima recrimina,
E o de baixo só faz esquecer
Os corpos são soltos nesse espaço,
Nessa sofreguidão contínua de uma quadra
Um bloco vazio.
Um passo em falso e o fundo vem de encontro.
Não há tentativa onde termina este buraco

E a gente pensa nos meninos, nas meninas.
E a gente não age, lamenta e chora a dor
Que sente nossa.



Mainina perdeu a prática, mas quis compartilhar com as amigas esse momento falso-poético.

11 de mar. de 2009

O mal de ser direta

[Venho por meio desta socializar certa raiva de mim mesma]

[M] - Vem buscar refrigerante comigo?
[P] - Claro, vamos lá!
[M] - Então, a gente é amigo né?
[P] - Somos sim...
[M] - E por isso você desconsidera as besteiras que eu falo né?
[P] - Hahahaha. Se eu considerasse teria que te parar de falar contigo.

Pausa para refrigerante*

[M] - Então, eu não deveria falar isso. Vou falar uma besteira.
[P] - Uhun.
[M] - É que eu gosto de você.
[P] - (...)
[M] - Tipo, muito. Mais do que eu deveria. Não devia falar isso, mas é que eu estou precisando, entende?
[P] - Entendo...
[M] - Você vai desconsiderar isso, né?
[P] - (...)
[M] - Você vai desconsiderar isso, né? (voz triste)
[P] - Vou...
[M] - Então vamos pra lá. Onde quer ir?
[P] - Onde você quiser.

Pausa para correr bem rápido

[P] - Porque você está correndo?
[M] - Por que eu estou com muita vergonha de você.
[P] - Ah, que isso. Normal.
[M] - É, normal.

Pausa para chegar em algum lugar com muitos conhecidos

[M] - Ah, meu, vocês não acham que o cabelo dele ficou muito feio assim, grande? Eu acho.

Sem esperar resposta, vai embora. O cabelo estava lindo, ele era lindo. Ele, que tocou guitarra divinamente na noite anterior, ele que virara a sensação da festa. Ele, por quem estava louca (eu sei que não é difícil).

Fico impressionada com a minha alta habilidade teatral. Na reunião de hoje, bem como em uma festa surpresa que fomos, eu não parecia ter chorado por uns tempos, nem parecia ter ficado abalada com o acontecido. A atuação me rendeu um "a Mainá está sempre sorrindo, mesmo quando está triste", que já havia sido proferido por ele em outro momento como um elogio. RS. Como psicólogo ele deveria saber que isso não é bom.

Precisa ser assim tão frenética? O dia que eu aprender a ser suave e delicada, vou ter um namorado.

E foi assim que eu joguei o piano pela janela, sem sentir a menor raiva por ele.

Ah, meninas, excluí o meu orkut. Não quero mais máscaras, não quero mágoas, chega.

*O mais interessante é que eu estava bebendo refrigerante pra não me embebedar e falar merda. O que me fode é que eu sou naturalmente embriagada.

[Mainina está deprimida, irritada, menstruada e se sentindo burra, porque não aprende com os próprios erros. Além disso, sente tristeza por perder mais um cara maravilhoso em sua vida]

2 de mar. de 2009

LIVRO DE AMIGA

Tenho nova proposta que não mais virtual.
Aconteceram coisas estranhas que me fizeram perceber o perigo dos blogs e e-mails.
Então achei melhor dar um tempo no virtual.
...
Existe um tipo de interação entre artistas chamado 'livro de artista'.
Cada artista fica um tempo com um caderno onde pode fazer o que quizer:
desenhar, escrever, pintar, colar........
Depois troca o caderno com outro artista, que pode interferir no trabalho ou complementá-lo.
...
Acho interessante um 'livro de amiga'.
Cada uma ficaria um mês com o tal caderno, podendo fazer o que bem entender.
Como moramos em cidades diferentes, podemos enviar o caderno pelo correio.
O caderno é palpável, tem textura cheiro e peso.
Teremos a nostálgica espera pelo carteiro...
.
O que acham meninas?
.
Posso começar um caderno já.

Beijo grande.

DIDI