14 de jan. de 2012

Falando em falar...

Ultimamente, venho passando por um processo de mudanças muito forte; conceitos, paradigmas entre outros parecem rodar em cima da minha cabeça. A única coisa que eu tenho que fazer é pegar. É como se eu estivesse embaixo de uma árvore e tivesse que escolher os frutos que quero coletar. Ainda não sei distinguir o que está maduro do que não está e, se vocês querem saber, nem sei se quero todos os frutos maduros. Às vezes pode ser tão gostoso comer uma manga meio verde com sal!

Saindo dessa metáfora agora. Venho me sentindo melhor comigo mesma, compreendendo mais o que sinto em relação a mim e aos outros, respeitando limites. Claro que não estou totalmente equilibrada; mas eu acho que a gente nunca fica. Deve ser a constância na inconstância que nos impele a continuar vivendo. Eu sei la disso.

Interessante essa coisa do estar maduro. Passando dos frutos para mim mesma, começo a perceber que a gente não precisa ser/ estar maduro o tempo todo. É uma ilusão-inventada. Pode ser que seja essa coisa da idade mesmo, de sair da adolescência de vez e entrar no mundo jovem adulto. Quando a gente não quer mais estar num lugar, negamos e caminhamos a outro, sempre com a tendência a achar que o que veio antes não prestou. Pode até ser um processo meu, mas acho mesmo que é característico de rupturas. Como aconteceu em movimentos literários, na dança e em outros et ceteras. 


Como se a vida fosse uma gangorra onde só um pode estar em cima por vez. Como se o mundo fosse 0 ou 1.


Enfim, eu estava negando um pouco o ato de chorar. Porque chorar é um ato bem típico da infância, muito usado quando a criança não sabe falar ou lidar com coisas difíceis. Ou quando quer e não pode ter. Eu vinha me sentindo tão infantil que acabei cortando um pouco essa de chorar; não de propósito, não segurava nem nada, só não sentia vontade. E foi bom cortar diversas coisas infantis em mim, entendendo que sou uma jovem adulta. rs.

Mas nem tudo dá para colocar em palavras. E é natural que não consigamos mesmo, por isso, em minha opinião, tantas formas de arte, tantas maneiras de manifestar o que está dentro de si. E também é bom ter algumas coisas que consideramos "infantis" dentro de nós mesmos. Porque tem poucas coisas tão bonitas quanto a espontaneidade e a curiosidade das crianças. É bom trazer um pouco pra esse mundo tão quadrado, tão normatizado e cheio de regras de bom comportamento.

Tudo isso pra dizer que hoje chorei ouvindo uma música. E me senti bem vendo que ainda estou sensível à beleza escondida no mundo.

A música se chama Angel e com certeza vocês já ouviram


Um beijo.