[Uma das coisas que mais amo e admiro em minhas amigas é a capacidade que elas tem de transformar sentimento em poesia, em arte. Até o meu próprio. Gostei muito do que escrevestes, Madame, como sempre. Agora posso começar o post].
Embora a
Nat insista em dizer que eu sou noveleira, devo preveni-las, antes que possam iniciar a leitura do texto, de que eu não sou.
No auge da minha falta do que fazer vespertina, liguei a televisão para me distrair por alguns minutos. Estava passando aquela novela da globo, no vale à pena ver de novo, que eu não lembro o nome. Uma coisa me aborreceu instantâneamente: a carolina dieckmann. Devia ter desligado a tv essa hora. Nada contra a atriz - mentira, muita coisa contra, menininha sem sal - o problema é a personagem mala que ela interpreta. Convenhamos... Ela estava dizendo que não queria ficar com o cara que
amava porque ele ia ter um filho com a outrinha x e que esta nunca ia aceitar apenas o que ele oferecesse, ia sempre querer mais (se referindo à dinheiro, não a um relacionamento com o cara, ou sexo ou qualquer coisa que a afetasse diretamente). Mulherzinha. Repito:
MULHERZINHA! Aí que está, essa personagem deve ser a legalzinha da história, que é sacaneada o tempo todo, ô dó. Como é que é? Ela não topa ficar com o cara porque vai ter alguém querendo mais do que ele pode dar? É isso que a tevê coloca como exemplo: sejam mulherzinhas, olha só como ela é boazinha, é assim que se deve viver. Vocês que não são, são promiscuas, como a outra, que quer o dinheiro do cara e não deixa a inferninha ser feliz. Aposto que nenhuma de nós pensaria dessa forma se realmente amasse o cara. Mulher que é mulher e ama, topa as dificuldades. O pior é que tem tanto
MULHERZINHO por aí... E eu sei que pelo menos quatro de nós já sofreram por isso, gente que foge. Fugir é sempre a opção mais fácil. Bleeerg, por isso eu ODEIO novela. Leu, Nat?
[Volto à minha tarde infame] E de repente me veio a sensação de que todos os personagens se conheciam, porque a metade estava no hospital nesse capítulo, visitando duas pessoas - y e z -, que também se conheciam. A única pessoa que estava no hospital e não conhecia a mulher internada, foi até lá conversar com a y, porque já sabia, previamente, da existência dela. Parece que a novela tem um núcleo só. Pior, pediu pro médico tirar a
máscara de oxigênio da coitada, por que queria que a doente falasse com ela! OMG, quem é a doente?
Mas eu não posso criticar a idéia do mononúcleo. Há uns anos atrás, quando eu era realmente noveleira, ficava pensando o quanto seria divertida uma novela onde todo mundo se conhecesse, soubesse da vida do outro. Aí eu lembrei que já existia friends, chaves [outros] e percebi que minha idéia não era nada original, portanto, desisti de ganhar muito dinheiro e ser famosa por uma inovação na TV brasileira. É, triste, também não me renderia um Oscar.
Outra coisa que me irrita é propaganda imbecil. Pra que, Deus, pra que alguém vai querer um desodorante 48h?? Vai ser porco assim no inferno. E porque um comercial de shampoo feminino - onde o público alvo são as mulheres - mostra uma modelo balançando a bunda?? OMG, eu ainda não sou gay e as gays não necessariamente vão ter tesão por uma bundinha balançando [e denegrindo a imagem feminina, como em comercial de cerveja] nessa situação, o que poderia levar à compra do produto. Mais uma, no mesmo intervalo. "L'Oréal: porque toda mulher merece ter cabelo liso". AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH, você só pode estar me zuando. Isso é pouco preconceito né? Aliás, essa empresa tem um mega histórico; dizem que era envolvida com o nazismo e o fascismo - não duvido.
Isso pra mim foi o fim da tevê à tarde. Ainda bem que eu não resolvi esticar o programa e ver as gêmeas Olsen causando
confusão na sessão da tarde.[Mainina já foi noveleira sim e viciada em tevê. Sua irmã costuma dizer que ela tem recaídas em capítulos finais de novelas das 8h, que passam às 9h]